Verde na Corda Bamba

segunda-feira, 26 de maio de 2008

INSÓNIA DUVIDOSA

São agora 5.14 da manhã...uma hora bonita digamos...(Para dormir, não para atormentar...)

Não consigo dormir.
Porque sei que errei.
Mas de uma forma perversa, terrivel, manipulativa.
Tornei-me no bicho mais medonho, asqueroso...
Quem sois vós afinal?
Alguém que perdeu o sentido da realidade?
Alguém que duvidou de si próprio?
Alguém com a pele velha, desmontada...revestida de escamas nauseabundas...

Ah...como errei!!! Como magoei, quem não tinha de ser magoado...Como duvidei....
Talvez o erro não fora duvidar (quem não duvida...?)
O erro foi na forma como duvidei,
na forma como quiz tirar as dúvias...
Foi de uma forma doentia...
Sinto-me doente, perdidamente doente...
Sem cama, sem chão, sem tecto, sem coração...

Nada tenho mais...se não que a minha própria sombra.
Sombra pintada em negro...
Que animal é este?
Que cava a sua própria dor?

Que fiz de mim?
No que me tornei?
Quem magoei...
Quem feri?

Sim... medi consequências, mas rapidamente as esqueci...
Deixei-me embeber pela minha falsa fé nos humanos, na fé em mim...

Que perverso o meu Ser, a minha forma de Vida...
Eu sou esta?
Diz-me, diz-me, diz-me....Foi nisto que me tornei? Foi?
Deva pensar que me curo com a minha própria dor? Deva?

Que faça?

Tenho vontade de fugir...foi o que sempre fiz de melhor, ou talvez não...e por não ter fugido, acumulei restos podres de mim...só de mim...
Mas como poderei encarar quem magoei...

(Não não consigo)

Nada será vivido da mesma forma!
Nada será ouvido com o mesmo carinho!
Nada será retribuído com tamanha devoção!
Nada será como foi...
E isso devora-me...

Perdi...
Porque quiz perder
Porque tinha de aprender
Porque não podia continuar a ser levada pelo ar...

Aqui já não o retorno de nada, não há amor...
Só a prata que me mata,
a prata que fere...


Olha para aquilo em que te tornaste, Margarida?

Era mesmo preciso?
Não te continhas com a tamanha bondade da pessoa...de não duvidar de ti, de não desistir de ti...

Não desistiu...

E tu? O que fizeste?

Eu?
Eu enlancei-me em mares perdidos...

Desculpa-me....(que palavra vaga, para a especificidade e gravidade da situação)

Mas desculpa-me por...não ter sabido o que eras para mim verdadeiramente!

Sei o que faça!

Boa noite eu vou com as AVES! E a vergonha vai comigo...que seria ela sem mim?

margarida mendes (este é o meu verdadeiro nome)